sábado, 6 de abril de 2013


Inquietação
 
Sabe aquele dia em que você amanhece sem nenhuma inspiração? Amanheci hoje assim, sentei, fui à janela, vi e ouvi os pássaros, e nada. Nada me inspirava a sentar à mesa pegar um lápis, e desenvolver um discurso. Sim! Um lápis, é muito melhor errar e apagar do que riscar com a caneta e ficar aquele  texto borrado. Causa mal impressão. A TV estava ligada e ouvi o final de uma propaganda “Brasil um pais de leitores”.
Não sei por que escrever, mas escrevo. Todos os dias passam na TV propagandas afirmando os brasileiros serem leitores, e me bateu uma curiosidade, então fiz uma pesquisa com jovens e adolescentes dos programas sociais em que atuo e demais escolas do município e constatei que o Brasil da propaganda não era o mesmo em que eu vivia, pois, 70% dos estudantes que responderam o questionário afirmaram não gostar de ler exceto na escola por que eram “obrigados”, 20% liam revistas de fofocas, horóscopos, revistas pornográficas, 6% gostavam de ler e 4% entregaram o questionário em branco. Você deve estar se perguntando como posso concluir que o Brasil não é um pais de leitores, baseando- se apenas na interpretação dos dados coletados no município de Fronteiras que tem aproximadamente 15.000 mil habitantes, comparado ao restante do país. É simples, Fronteiras foi uma das cidades mais bem colocadas no IDEB em âmbito nacional. Imaginem o resto do pais?
Isso é revoltante, talvez seja por isso que não temos mais produções dignas de apreciação, a indústria cultural lança o que o publico quer e não o que deve ler. Poderia iniciar um texto escrevendo o quanto Fronteiras evoluiu educacionalmente, mas não posso mentir pra mim mesmo e nem para aqueles que por ventura encontrem essas linhas amassadas em um canto de calçada. Queria falar das tardes de inverno quando meu avô me contava suas aventuras juvenis, mas as palavras e lembranças me escapam por entre os dedos.
Eram dez horas da manhã tomei um banho e pensei que no outro dia nem me lembrasse o que havia pensado no dia anterior e assim me direcionar para um futuro e tentar contribuir para que aquela realidade vire passado.

Prof. Raoni Sousa
Fronteiras- PI
A crônica nossa de cada dia


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